ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL
6º ANO
PROFESSORA: LUCIVÂNIA DA ROCHA
Leia o texto
abaixo para servir de suporte para sua produção.
Zeca entendeu
tudo na hora. Deu um grande abraço no irmão. Trocaram um olhar, e meio que
combinaram tudo, sem dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam
nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais e chegaram num terreno
baldio. Pararam perto duma árvore, cavaram a terra com as pazinhas que tinham
trazido. Enterraram o hamster no maior silêncio.
Cobriram a
cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca fez uma cruz com dois paus de
madeira que encontrou pelo caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta
escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade. Saudades de Edu e Zeca.”
Voltaram para
casa chorando. Edu se apoiava em Zeca, que caminhava devagarinho, sentindo que
a ocasião não era pra nenhuma estanabação. Deu o tempo que o Edu precisava. Não
disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas rolando.
Em casa, Edu
se trancou no quarto. Não quis saber de mais nada. Nem de jantar, muito menos
de conversar ou ver tevê. Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso
animou o Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço, porque
estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos Vermelhos ia fazer. Chorou
até dormir. Dormiu de cansaço.
Edu sofria,
Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas, mas Edu nem se interessava... A
mãe insistia pra que ele fosse dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar
futebol, apostar corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa.
Pensando.
Resolveu
desenhar num caderno grosso tudo o que lembrava as aprontações e da carinha
marota de Olhos Vermelhos. Ficava horas nisso... Tinha perdido alguém que
adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando voltas por aí,
procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina. Os pais tinham que
entender que perder o melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde
encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por enquanto, nesse momento,
não tinha nada, nadinha! Só um coração vazio.
(ABRAMOVICH,
FANNY.IN: OLHOS VERMELHOS .SÃO PAULO: MODERNA ,1995.)
Produção de
texto.
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